Lançamento de pré-candidatura de Priscila Costa ao Senado repercute na oposição ao PT no Ceará
Deputados avaliam como fica o equilíbrio das forças de oposição com o lançamento de uma segunda pré-candidatura do PL ao Senado
Na base do governo Elmano, não faltam pré-candidatos ao Senado apresentados até o momento, algo que vem sendo explorado pela oposição, ao afirmar que muita gente sairá contrariada por não poder concorrer.
Olhando agora para a oposição ao PT no Ceará, o único nome colocado até recentemente era o do deputado estadual Alcides Santos (PL), que foi lançado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, o fato de a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro ter lançado a pré-candidatura da vereadora Priscila Costa (PL) ao Senado, como antecipou a coluna Vertical, do jornalista Carlos Mazza, trouxe mudanças no discurso dos parlamentares oposicionistas.
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"Qualquer pessoa acima dos 35 anos, que esteja filiado a algum partido político, pode colocar o nome à disposição como pré-candidato a qualquer cargo. Então, a vereadora Priscila tem uma pré-candidatura muito legítima, vereadora mais votada de Fortaleza, uma votação muito expressiva, a liderança feminina de peso, é a presidente do PL Mulher estadual. Então, é uma pré-candidatura legítima, assim como a do deputado, meu amigo pastor Alcides Fernandes. Então são duas vagas que estarão em disputa", explicou o deputado estadual Carmelo Neto, presidente estadual do PL.
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Para ele, outros partido da oposição poderão também lançar nomes que avaliem ser competitivos. "Têm outros nomes também de outros partidos. Você tem no União Brasil o Moses (Rodrigues), você tem no União Brasil o Danilo Forte, também que colocou à disposição. Então, são vários nomes e a gente vai trabalhar lá na frente para escolher os nomes viáveis", explicou ao O POVO.
Para Carmelo, o lançamento do nome de Priscila Costa não reduzirá qualquer poder de articulação entre a oposição no Ceará.
"Até porque são duas vagas na disputa e têm outros nomes, de outros partidos, também se colocando. Então, é natural que a essa altura do campeonato os nomes que acham que têm viabilidade ou que têm um certo apoio coloquem seu nome à disposição, não é? Eu mesmo tenho 23 anos, se tivesse idade, talvez colocaria meu nome também. Então, tem muita água para rolar", adiantou.
O parlamentar explica que o fato do nome de Priscila ter vindo de instâncias superiores do partido não incomoda, garantindo não haver competição nesse momento entre os nomes postos.
"A pré-candidatura da Priscila foi posta pelo presidente nacional do partido, Valdemar, e pela Michelle. Obviamente, o apoio do PL Ceará não é questão de apoiar ou não apoiar. São dois nomes que têm uma pré-candidatura legítima e, obviamente, os dois nomes têm a nossa consideração, nosso respeito, nosso apoio, nosso carinho. Então não existe competição, não existe divisão interna, não", concluiu.
Bolsonaro: "Eu quero o Alcides"
O deputado estadual Alcides Fernandes (PL) elogiou Priscila, mas lembrou ser ele o indicado pelo ex-presidente Bolsonaro.
"Hoje, quem tem 35 anos de idade pode concorrer. Então, foi um nome falado no encontro de mulheres. Na verdade, a Priscila é uma pessoa nossa e o que o nosso eterno presidente Jair Bolsonaro bateu martelo que o candidato dele ao Senado seria o deputado Fernandes. Eis-me aqui. Sou realmente a pessoa indicada pelo nosso presidente e, com certeza, a Priscila é um excelente nome. Ela é uma mulher madura. Têm muitas pessoas até melhores do que eu para concorrer ao Senado, mas se o presidente disse 'é o Alcides', nós estamos cumprindo essa missão", analisou ao O POVO.
"Foi debatido inclusive na reunião com todos os deputados do PL. O Bolsonaro olhou e disse: 'Eu quero o Alcides, vocês estão fechados com ele, não é? Todo mundo fechou e estamos aqui e vamos para cima, não é? É Brasil acima de tudo e Deus acima de todos. Deus, pátria e liberdade. E vamos se libertar desse PT'", concluiu Alcides, imitando Bolsonaro falando.
Autonomia entre as siglas
Pertencente a outro partido de oposição, o deputado estadual Sargento Reginauro (União Brasil) afirma que, dentro da união que existe hoje na oposição, há autonomia entre as siglas.
"O PL é um partido, nós somos União Brasil. Nós temos três partidos, pelo menos nessa composição. Os partidos são autônomos para decidirem quem são seus indicados, não é? O que nós tínhamos era o presidente Bolsonaro validando a pré-candidatura de Alcides, então nós acolhemos aquilo que estava vindo do PL. Se Michele Bolsonaro sinaliza que a candidatura vai ser de Priscila (Costa), o que precisa se saber é se o PL vai querer lançar as duas candidaturas ou vai lançar uma só, não é? Isso não está ainda decidido. São pré-candidaturas, tem muita água ainda para rolar até para decidir quem será o candidato a governo, quem será candidato a vice, quem serão os suplentes", explicou.
Para o parlamentar, no entanto, as lideranças dos partidos oposicionistas têm que dialogar para encontrarem as opções mais viáveis.
"Isso é uma coisa que precisa ser dialogada entre as lideranças dos partidos, o que é mais viável, se vale a pena lançar duas candidaturas de Senado dentro da mesma legenda ou se pegar uma candidatura de um partido e de outro. Enfim, são questões que estão para ser resolvidas. Isso é muito natural, é muito tranquilo em um momento como esse", concluiu.
Com informações da repórter Rogeslane Nunes